Vim aqui falar de um amor diferente. Um amor que até dói, mas é incapaz de machucar, amor que não tem limites, que acolhe, acalma, que chora, que em qualquer situação, não deixa pra depois o que pode ser agora.
Mas que amor é esse? Seria algo divino? Sim! Amor que me conhece desde bem pequenino.
O medo de perdê-lo? Sempre tive, mas sei que do meu coração, jamais ficará distante, mesmo que hoje não estejamos mais juntos a todo instante.
Esse amor é privilégio, é uma conquista, que se bem vivido nunca se perde de vista.
Ah! esse amor...quanto mais se vive mais forte ele fica.
Amor que supera as decepções vividas, e que se mostra real e verdadeiro, na falta do amigo que carregou-me no colo, ensinou-me a andar de bicicleta, uma Monark azul. Hoje está junto do nosso mais fiel e verdadeiro companheiro, meu amado e querido Pai, o Sr. Carlos Antonio Nogueira.
Confesso que tivemos uma relação difícil durante minha adolescência. Não aceitava o vício pelo álcool. Mas a não-aceitação era uma forma de amar. E hoje sei o quanto amei e o amo. Nunca deixou de ser a pessoa fantástica que foi, trabalhador, honesto e digno de cada pedaço de chão que pisava.
Mas Deus, que faz nova todas as coisas, transformou sua vida e longe do álcool, reencontrou sua família
Uma doença terrível, incurável pela ciência, levou no dia 15 de agosto de 2007, as 22h44 na presença de toda a família, dois dias depois do dia dos pais, a vida de meu amado Pai.
Sim, a doença tenha talvez afetado sua vida mortalmente, mas o sopro de sua vida naquele momento estava nas mãos de Deus. Meu pai morreu santo e sua vida se tornou exemplo para mim, mesmo os grandes problemas que tivemos, hoje são chaves para compreender e enfrentar a vida, dura e difícil sem sua presença. Aquela Monark azul na qual pude pela primeira vez com quatro anos, num campo de futebol de terra me locolover tirando os pés do chão, simboliza hoje para mim toda a lição ensinada, algumas aprendidas na dor, porém muitas outras pelo amor. De vez em quando caio, mas sempre me levanto e subo novamente na garupa desta grande bicicleta que é a vida.
De tantas coisas vividas juntos, nunca esquecerei a noite em que estávamos no seu quarto sentados a beira de sua cama com várias revistas para aprendizado de violão. Como ele sabia que gostava muito das músicas do Padre Zezinho (desde pequeno), ele tocou e cantamos juntos uma música que hoje me faz lembrar e sentir a ternura deste amor.
“Um dia uma criança me parou,
olhou-me nos meus olhos a sorrir
Caneta e papel na sua mão,
tarefa escolar para cumprir.
E perguntou no meio de um sorriso
o que é preciso para ser feliz.
Amar como Jesus amou
Sonhar como Jesus sonhou
Pensar como Jesus Pensou
Viver como Jesus Viveu
Sentir o que Jesus sentia
Sorrir como Jesus Sorria
Ao meu amado Pai, a homenagem de um filho que ama muito e quer em Deus depositar a confiança para que a cada dia, diante das dificuldades, seja mais maduro e melhor. Nunca morre aquele que permanece vivo no coração!Feliz dia dos Pais!