domingo, 27 de setembro de 2009

É possível Ser Feliz?


Foi exatamente a pergunta que me fizeram esta semana. Do meio da roda de conversa informal saiu à primeira resposta, antes que eu indagasse a minha: não existe felicidade. Existem momentos felizes durante a vida. Outra opinião da roda afirmava acreditar sim que é possível ter uma vida repleta de felicidade. A conversa em minutos ganhou outros contornos e acabei não dando minha contribuição a referida pergunta.

Porém, como em um dos comerciais que passam na TV aberta diz que “não são as respostas que movem o mundo, mas sim as perguntas”, esta pergunta virou uma inquietação. É possível ser feliz? Você que está lendo este texto, já parou para pensar se está, se é ou se já foi feliz? Existem níveis de felicidade? Uns são mais outros menos felizes? Bem, já que estão dizendo que o que move o mundo são as perguntas, eis uma porção delas em um parágrafo.

Preferi pensar em uma resposta olhando para o campo das opções. A vida é feita de escolhas. No supermercado temos que escolher entre o amaciante do ursinho ou que está na promoção leve 3 pague 1.

Na loja de roupas um terno cinza me chamou a atenção, mas sempre achei que a cor preta me cai bem. Qual escolher? Trabalho a dois anos em uma empresa estável, mas de repente surge uma nova oportunidade onde posso progredir e ascender profissionalmente. Permaneço onde estou ou desbravo a nova oportunidade acreditando em meu potencial? Maracujá ou laranja pergunta a garçonete da lanchonete? Levo o remédio genérico? Amor ou paixão?

Somos condicionados a várias escolhas. Todos os dias escolhemos por algo. Algumas escolhas exigem de nós rapidez e astúcia. Outras vezes é preciso escolher com sabedoria e inteligência ou talvez recorrer a opinião de terceiros.

É aqui que acredito podermos começar a falar em felicidade. Através de nossas escolhas.

No livro bíblico de Deuteronômio, Deus é bem claro em dizer ao povo que diante de nós, Ele põe vida e morte. Qual escolher? “Escolhe pois a Vida”, aconselha Deus.

A felicidade está condicionada as nossas escolhas. Eu acredito nisso! Mesmo pessoas que nasceram ou viveram em ambientes hostis, cheio de ódio e rancor, um dia terão para si os holofotes acesos e poderão protagonizar sua própria história para fazer diferente. Nelson Mandela é um exemplo vivo, de quem passou décadas no cárcere e mais tarde revolucionou a luta pela igualdade racial manchada pelo aparthaide. Escolheu a luta pela vida ao invés da vingança.

Não são todas as boas escolhas que nos trarão felicidade. As vezes é preciso perder para ganhar. É uma lição dura e difícil e que muitas vezes não compreendemos, mas este aprendizado é o mais sólido e duradouro: a valorização da vitória quando se está diante da derrota, da perda. De que serviria o sucesso se não houvesse o fracasso? Mesmo as pessoas mais vencedoras um dia perderam ou viram sonhos adiados (patrimônio, sentimentos, estudos, pessoas, status...). Mas aprenderam a administrar situações, ter paciência e se orientar olhando os "calos" que a vida trouxe.

Todavia uma escolha sem a luz de Deus é apenas uma escolha. Ninguém pode se dizer infeliz por culpa do outro. As marcas do ressentimento, da discórdia podem ser reparadas pela escolha pessoal de uma vida diferente. Ser feliz depende muito mais de nós do que dos outros. Mas sem Deus é impossível ser feliz.

Felicidade é dom de Deus, mas é luta que se trava, não vem pronta do céu. O coração quer tudo, mas no final das contas, a opção é pessoal e intransferível: plantar amor ou solidão.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Da Janela do Trem

A vida é uma longa odisséia pela qual ninguém está dispensado de tal viagem. Já nascemos dentro deste trem, embalado. Com o tempo percebemos que estamos acompanhados de outros passageiros, que como nós, querem chegar ao seu destino.
O caminho reserva muitos destinos. Estamos falando de destino, mas afinal de contas, qual é o nosso destino? Para onde este trem que corta paisagens verdejantes e abismos de pedregulhos nos leva? Talvez nunca saibamos ao certo.
Alheio aos destinos, este trem deve seguir seu percurso. Não podemos parar pelo caminho, mesmo que por vezes a viagem se torne desgastante, pessoas inconvenientes se acheguem para tirar nosso sossego. Devemos dar a vez para nossos ouvidos. Quem fala, semeia. Quem escuta, colhe.
Se estivermos preparados, esta viagem trará muitos conhecimentos, de lugares e pessoas especiais, e que pode até mudar nosso destino final.
Contudo, passando por muitos destinos e chegando ao nosso tão esperado, o que ficará marcado para sempre talvez não sejam a quantidade de lugares pelo qual passamos ou por quantas pessoas conhecemos nesta viagem. Trazemos tantas coisas em nossas bagagens. Elas se tornam até pesadas e difíceis de serem carregadas. Se soubermos nos desfazer daquilo que não é necessário, o amor com o qual amamos cada pessoa e vivenciamos nossos dias será o único bem que restará em nossas bagagens e o que marcará completamente nos dias. Com o amor, já temos o suficiente para viver nossa vida, não precisamos levar mais nada.